Questão de Saúde

Colaborou Ivana Colisse

A criança, por sua fragilidade física e grau de amadurecimento emocional, apresenta um sistema imunológico que é imunodeprimido, ou seja, mais susceptível aos malefícios da doença. Elas reagem de maneira compreensível e própria de sua sensibilidade e sentido de auto-proteção infantil, internalizando em seu pequeno ser as fortes tensões proporcionadas pela doença. Contudo, ao receberem um tratamento adequado, em pouco tempo, tornam-se visíveis as diferenças manifestadas por seu organismo.

As crianças ao aceitarem apoio e zelo pelas pessoas com as quais sentem-se seguras, acabam fortalecendo-se para o enfrentamento da dor e das mudanças corporais, psíquicas e sociais impostas ao longo de uma infecção. Logo, a dedicação materna ou da família é a primordial garantia de uma satisfatória assistência à saúde.

Entretanto, nas famílias da classe popular (perfil atendido pela Clínica), a questão de saúde aparece agravada quase sempre pelas precárias condições materiais de existência, que dificultam, dentre outros, o acesso a uma alimentação balanceada voltada para as necessidades nutricionais da criança, uma moradia adequada com saneamento básico e condições mínimas de higiene favoráveis á manutenção de sua saúde. É comum as famílias não possuírem condições econômicas para proporcionar o atendimento necessário aos filhos, ou ainda as mães não saberem lidar com as crianças contaminadas pela AIDS. Muitas vezes quando ocorre a falta de um remédio, elas não buscam e deixam de comprar, por acreditarem que podem esperar, algo até compreensível se considerarmos que essas pessoas sobrevivem como podem.

Na realidade essas famílias não conseguem se precaver para o amanhã, não há uma preocupação voltada para isso, pois vivem o momento. Isto, fica evidente não somente no tratamento, mas nas suas próprias relações sexuais, principalmente na prevenção das mesmas, no uso de preservativos e na propagação da doença. Em muitos casos em que o casal é portador do HIV, há uma retro-alimentação do vírus em proporções cada vez maiores. Esta é uma questão, que, não passa só pelos aspectos econômicos e sociais, mas é também um aspecto relevantemente cultural.

Ao ingressarem na Instituição as crianças apresentam, entre os sintomas mais comuns: lesões de pele, fungos nas unhas e pele, otite, pneumonia, infecção respiratória, tuberculose, tosse, gripe(nariz correndo), febre, cuidados que podem ser amenizados, com carinho, atenção e medicação compatível com o quadro clínico enfrentado. Na Clínica, são tomados alguns cuidados, por exemplo, com a máscara de nebulização e com as fraldas que devem ser descartáveis, sendo as de pano substituídas devido nossa precaução quanto aos fluídos e sangue, que ficam expostos nas mesmas.

Essa doença exige cuidados especiais; as crianças podem sofrer também com o desgaste proporcionado pela interrupção do tratamento ou com o vai e vém, a que são submetidas freqüentemente devido as internações hospitalares. Outro fator importante a ser observado é o horário da medicação e a utilização dos coquetéis, para que o tratamento dê certo.

É de fundamental importância a conscientização e a motivação da mãe (ou responsável) para buscar o diagnóstico precoce do HIV no seu filho, bem como a melhor orientação sobre os recursos terapêuticos disponíveis. Nós profissionais da saúde, necessitamos hoje, ter uma visão muito clara à respeito do desenvolvimento infantil em seus diversos níveis, para que possamos dar o suporte necessário a esse perfil de paciente. Entendemos que a saúde humana não depende apenas da ausência de doenças, mas também de um ambiente físico, emocional e espiritual equilibrado.

  

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