A criança, por sua fragilidade física e grau de amadurecimento
emocional, apresenta um sistema imunológico que é imunodeprimido, ou seja, mais
susceptível aos malefícios da doença. Elas reagem de maneira compreensível e própria
de sua sensibilidade e sentido de auto-proteção infantil, internalizando em seu pequeno
ser as fortes tensões proporcionadas pela doença. Contudo, ao receberem um tratamento
adequado, em pouco tempo, tornam-se visíveis as diferenças manifestadas por seu
organismo.
As crianças ao aceitarem apoio e zelo pelas pessoas com as quais sentem-se seguras,
acabam fortalecendo-se para o enfrentamento da dor e das mudanças corporais, psíquicas
e sociais impostas ao longo de uma infecção. Logo, a dedicação materna ou da família é
a primordial garantia de uma satisfatória assistência à saúde.
Entretanto, nas famílias da classe popular (perfil atendido pela Clínica), a questão de
saúde aparece agravada quase sempre pelas precárias condições materiais de existência,
que dificultam, dentre outros, o acesso a uma alimentação balanceada voltada para as
necessidades nutricionais da criança, uma moradia adequada com saneamento básico e
condições mínimas de higiene favoráveis á manutenção de sua saúde. É comum as famílias
não possuírem condições econômicas para proporcionar o atendimento necessário aos
filhos, ou ainda as mães não saberem lidar com as crianças contaminadas pela AIDS.
Muitas vezes quando ocorre a falta de um remédio, elas não buscam e deixam de comprar,
por acreditarem que podem esperar, algo até compreensível se considerarmos que essas
pessoas sobrevivem como podem.
Na realidade essas famílias não conseguem se precaver para o amanhã, não há uma
preocupação voltada para isso, pois vivem o momento. Isto, fica evidente não somente
no tratamento, mas nas suas próprias relações sexuais, principalmente na prevenção das
mesmas, no uso de preservativos e na propagação da doença. Em muitos casos em que o
casal é portador do HIV, há uma retro-alimentação do vírus em proporções cada vez
maiores. Esta é uma questão, que, não passa só pelos aspectos econômicos e sociais,
mas é também um aspecto relevantemente cultural.
Ao ingressarem na Instituição as crianças apresentam, entre os sintomas mais comuns:
lesões de pele, fungos nas unhas e pele, otite, pneumonia, infecção respiratória,
tuberculose, tosse, gripe(nariz correndo), febre, cuidados que podem ser amenizados,
com carinho, atenção e medicação compatível com o quadro clínico enfrentado. Na
Clínica, são tomados alguns cuidados, por exemplo, com a máscara de nebulização e com
as fraldas que devem ser descartáveis, sendo as de pano substituídas devido nossa
precaução quanto aos fluídos e sangue, que ficam expostos nas mesmas.
Essa doença exige cuidados especiais; as crianças podem sofrer também com o desgaste
proporcionado pela interrupção do tratamento ou com o vai e vém, a que são submetidas
freqüentemente devido as internações hospitalares. Outro fator importante a ser
observado é o horário da medicação e a utilização dos coquetéis, para que o tratamento
dê certo.
É de fundamental importância a conscientização e a motivação da mãe (ou responsável)
para buscar o diagnóstico precoce do HIV no seu filho, bem como a melhor orientação
sobre os recursos terapêuticos disponíveis. Nós profissionais da saúde, necessitamos
hoje, ter uma visão muito clara à respeito do desenvolvimento infantil em seus diversos
níveis, para que possamos dar o suporte necessário a esse perfil de paciente.
Entendemos que a saúde humana não depende apenas da ausência de doenças, mas também de
um ambiente físico, emocional e espiritual equilibrado.
ESPERAMOS VOCÊ; PARTICIPE CONOSCO DESTA LUTA!
JUNTE-SE A NÓS EM ORAÇÃO
"Mais bem-aventurada coisa é dar que receber!"